Maracatu Estrela do Sul
O Maracatu Estrela do Sul foi fundado pela família Fagundes, precursora da cultura nordestina em Curitiba. O grupo foi oficializado no ano de 2004, mas na realidade é fruto de um intenso processo de estudos sobre a prática do Maracatu de Baque Virado, que se iniciou a partir de 2001 com a viagem de diversos integrantes (ou ex-integrantes do Estrela do Sul e de outros grupos, como Maracaeté e Voa Voa) para a cidade de Recife. É composto, em grande parte, por músicos que foram e são de grupos de percussão de Curitiba.
O Maracatu Nação de Baque Virado, prática popular tradicional do Estado de Pernambuco, é o elemento trabalhado pelo grupo, que executa as “Toadas” das Nações e também “Toadas” compostas por seus próprios integrantes. As toadas são as músicas performatizadas pelos grupos de maracatu.
O Estrela do Sul é um grupo que pode realizar e oferecer diversos tipos de atividades diferentes. Pode se apresentar em festas, eventos em locais fechados e abertos, arrastões de maracatu nas ruas, shows de palco, palestras e apresentações sobre os aspectos históricos do maracatu, workshops, oficinas entre outras intervenções e atividades.
O grupo trabalha com base em um processo de pesquisa realizada por seus integrantes em Pernambuco, nas Tradicionais Nações de Maracatu, principalmente no período do carnaval, de janeiro a março, desde o ano de 2001. Alguns integrantes do grupo são membros integrantes de algumas das tradicionais Nações de Maracatu e estão envolvidos de maneira muito próxima com atividades e eventos que envolvam a cultura do Maracatu de Baque Virado.
A especialidade do Estrela do Sul é o trabalho musical das diferentes nações de maracatu, baseado nas particularidades de cada uma delas, referentes aos baques e composições, através de arranjos idealizados pelo Estrela do Sul, além de adereços e do figurino nas cores amarelo e branco.
A Experiência do Maracatu:
Experiências liminares e transcendentes são proporcionadas pela presença de um grupo de maracatu de baque virado. Os sons iniciais de uma platéia desavisada à espera de um show se misturam com as chamadas das caixas que clamam pelo resto do batuque.
O cenário se constrói para uma apresentação que pode durar entre 1 hora e 2 horas. São performatizadas toadas de autoria de integrantes do grupo, de domínio público, e de nações conhecidas de Recife. Não envolve apenas a música, mas a linguagem corporal, o teatro do corpo, que em um grupo de maracatu se faz necessário.
Envolve aspectos de uma cultura tradicional de Recife em diálogo com a modernidade, que se expressa no processo de desterritorialização da prática.
Repertorio do Estrela do Sul
O Estrela do Sul possui um vasto repertório com toadas e números de Maracatu Nação de Baque virado de autoria de alguns de seus integrantes e a grande maioria de Nações de Maracatu tradicionais da cidade do Recife e interior de Pernambuco.
São executadas releituras das seguintes Nações:
– Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassú (1824); Mestre Gilmar.
– Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife (1906); Mestre Walter de França.
– Nação do Maracatu Porto Rico do Oriente (1916), Mestre Shacon Viana.
– Maracatu Nação Leão Coroado (1863); Mestre Afonso.
– Nação do Maracatu Encanto da Alegria (2001); Mestre Toinho.